Consagrada, Anita retorna ao Brasil e, segura de sua arte, realiza, em 1917, uma exposição individual. As concepções de arte de Anita Malfatti representavam algo novo para os padrões da época e o “novo”, de modo geral, assusta, portanto, assim se explica as críticas por ela enfrentadas. O que Anita entendia por arte em nada se assemelhava ao que a Academia denominava, então, como arte. Ao contrário, se contrapunha às regras e voltava-se para o expressionismo e não era isso que se esperava.
A maneira como ela percebia a arte veio “desarrumar” o que era aceito. Para ela, porém, não era somente o que era belo que existia. O feio fazia parte da realidade e era por ela retratado em sua arte. Era a expressão que se fazia presente porque era assim que Anita percebia a arte. Suas pinturas – modernas – tinham, portanto, motivos para causar desaprovação.
A exposição - considerada um escândalo por representantes da sociedade de então - traria conseqüências desastrosas para o futuro artístico de Anita Malfatti. Bombardeada pelas críticas vindas não dos inimigos, mas, justamente dos que acreditava serem aliados, Anita, tímida, caiu em depressão e recuou em sua produção artística. Sua obra foi duramente criticada principalmente pelo escritor Monteiro Lobato, então, crítico de arte. Por mais que ele enfatizasse o modernismo em suas críticas e fizesse elogios a Anita, foi a ela própria e não ao modernismo que ele atingiu uma vez que ela não poderia desvincular de sua arte.
Posteriormente Anita conheceu Tarsila do Amaral e tornaram-se grandes amigas. Anita Malfatti participou da Semana de Arte Moderna de 1922 e, apesar de não ter abandonado a arte, os “estragos” causados pela exposição de 1917 se refletiriam ao longo de toda sua vida.
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