quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Artes: Autores e público da Flip confessam quais obras clássicas não agradaram

James Joyce, Marcel Proust e Clarice Lispector foram citados; veja lista.
Festa Literária Internacional de Paraty terminou neste domingo (3)


Eles são clássicos da literatura. São "vacas sagradas". Mas também são livros "difíceis, que não prendem, são desinteressantes".
Ao menos esta é a opinião de alguns autores convidados da 12ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que terminou neste domingo (3).
A pedido do G1, eles eles responderam a pergunta: "Qual o clássico você não gostou de ler ou tentou mas desistiu no meio do caminho?".
Participaram ainda pessoas do público que foi a Paraty. 
Houve um predomínio de autores considerados áridos, como o irlandês James Joyce, e de obras monumentais (em tamanho e signficado), como "Em busca do tempo perdido", de Proust, e "Guerra e paz", de Tolstói .
Veja abaixo as respostas, primeiro dos autores e depois do público:
Joël Dicker na mesa 'Fabulação e Mistério'  (Foto: Flavio Moraes/G1)
Joël Dicker, autor de “A verdade sobre o caso Harry Quebert”
"Há toneladas de livros clássicos que não li, para o meu azar. São principalmente franceses. 'Ligações perigosas' [de Choderlos de Laclos] não terminei porque fui forçado a lê-lo e queria me rebelar. Comecei mas não terminei 'A megera domada', de Shakespeare, também porque tive que lê-lo e estava cansado dele. Foi uma pena, tenho que dizer. Espero ainda ler essas obras."

Escritora Eleanor Catton está na Flip 2014 para divulgar seu livro 'Os luminares'. (Foto: Paola Fajonni/G1)
Eleanor Catton, autora de "Os luminares":
"Nunca terminei 'Casa desolada' [de Charles Dickens], o que é vergonhoso. Preciso voltar e começar de novo. Sabe, às vezes me sinto um pouco perdida no meio do livro, coloco de lado, é um pouco longo... Então, pretendo lê-lo, mas não sei o que acontece."



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Mexicano Juan Villoro durante entrevista coletiva na 12ª Festa Literária Internacional de Paraty (Foto: Paola Fajonni/G1)
Juan Villoro
"'Eneida', de Virgílio, que tratei de ler quando era muito jovem. É longuíssimo! Pensei que seria uma grande história de aventuras e me perdi um pouco na mitologia. Culpo os deuses".




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Michael Pollan em mesa bastante aplaudida nesta sexta-feira na Flip (Foto: Flavio Moraes/G1)
Michael Pollan, autor de "O dilema do onívoro"
"Comecei e não terminei 'Finnegans wake' [de James Joyce], que não fez sentido algum pra mim. Não pude entendê-lo."




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O norte-americano Andrew Solomon em emsa desta sexta na Flip (Foto: Flavio Moraes/G1)
Andrew Solomon, autor de "O demônio do meio-dia":
"Sabe, nunca terminei 'Moby Dick' [de Herman Melville], que é considerado o grande romance americano. Eu comecei a lê-lo quando era muito jovem, lia parte e me distraía. Reconheço seu brilhantismo, mas ele realmente não me pegou. Eu pretendo voltar a lê-lo desde então, mas ainda não consegui. Pretendo lê-lo ainda, absolutamente."


O documentarista vencedor do Oscar Charles Ferguson (Foto: Flavio Moraes/G1)
Charles Ferguson, diretor do documentário vencedor do Oscar "Trabalho interno":
"Me envergonho de dizer que há vários. Deixe-me pensar... 'Guerra e paz' [de Tolstói], 'Crime e castigo', de Dostoiévski... Sobre 'Guerra e paz', achei longo e com ritmo lento, mas na verdade achei 'Crime e castigo' fascinante. Honestamente, não consigo me lembrar porque não o acabei, faz um bom tempo. Algum dia gostaria de lê-lo, porque adoro Dostoiévski."


Thelma Guedes, escritora e autora de novelas, durante evento paralelo à Flip (Foto: Paola Fajonni/G1)
Thelma Guedes, autora de novelas e participantes da FlipMais:
“'Em busca do tempo perdido’ [de Marcel Proust]. Preciso voltar neles, não consegui terminar o primeiro [a obra tem sete volumes]. Eu acho que foi porque na época eu fazia faculdade de letras, trabalhava tirando cópias em uma biblioteca da USP e estudava de noite. Então, eu começava a ler e dormia, porque essa questão do tempo do ‘Em busca do tempo perdido’... Eu acho que era embalada e adormecia na biblioteca em cima desse livro."

A psicóloga Patrícia Bustamante na Flip (Foto: Paola Fajonni/G1)
Patrícia Bustamante, 25, psicóloga, de Cruzeiro (SP):
“’A hora da estrela’, da Clarice Lispector, acho que não terminei. Não me lembro do fim, então... Sei que é um livro que peguei, mas não lembro do fim."



O educador físico Alex Rodrigues na Flip (Foto: Paola Fajonni/G1)
Alex Rodrigues de Oliveira Cruz, 32, educador físico, de Cruzeiro (SP):
“Tem um do Jorge Amado, ‘Capitães da areia’, que fui obrigado a ler e não tive interesse. Hoje tenho vontade de reler.”



Mauro Ortiz das Neves na Flip (Foto: Paola Fajonni/G1)
Mauro Ortiz das Neves, 72, paisagista, de Valinhos (SP):
"'Os Sertões' [de Euclides da Cunha], me deu um pouco de preguiça, falta de vista... Faz tempo que comecei. Vou ver se acho para continuar a leitura.”



Juliana Morano Flip (Foto: Paola Fajonni/G1)
Juliana Morano, 25, estudante universitária, de São Paulo (SP):
“Em ‘A divina comédia’ [de Dante Alighieri] nunca terminei a parte do céu. Depois que leio o Inferno e o Purgatório, tenho a impressão que tudo já foi dito sobre o livro.”



Gustavo Fattori (Foto: Paola Fajonni/G1)
Gustavo Fattori, 26, cineasta, de São Paulo (SP):
“Não terminei ‘Diário da guerra do porco’, de Adolfo Bioy Casares, que por algum motivo não me prendeu. Estava vindo de uma sequência de leitura de livros mais interessantes dele e esse não foi o caso."


fonte: onhttp://g1.globo.com/pop-arte/flip/2014/noticia/2014/08/autores-e-publico-da-flip-confessam-quais-obras-classicas-nao-agradaram.html

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