quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Artes

Margs apresenta exposições de Umbelina Barreto e Flávio Morsch

Mostras "Arte Placentária" e "A Anatomia da Cor" vão até 9 de novembro, com entrada franca

08/10/2014 | 06h02
Margs apresenta exposições de Umbelina Barreto e Flávio Morsch  Margs/Divulgação
Obras de Umbelina Barreto destacam presença do corpoFoto: Margs / Divulgação
Artistas que dividem ateliê em Porto Alegre há cerca de duas décadas, Umbelina Barreto e Flávio Morsch ganham exposições no Museu de Arte do Rio Grande do Sul — Margs (Praça da Alfândega, s/nº).
As duas mostras dão sequência ao programa dedicado a gerar visibilidade a artistas com trajetórias estabelecidas. Desde dezembro do ano passado, o museu já apresentou individuais de Ana Norogrando, Mário Röhnelt e Gilda Vogt. Entre as próximas, está prevista a primeira retrospectiva da porto-alegrense Ilsa Monteiro, que vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Com mais de 30 anos de carreira, Umbelina Barreto reúne desenhos de grandes dimensões em Arte Placentária. Professora do Instituto de Artes da UFRGS, a artista se dedica a uma investigação sobre o corpo, tratando-o de modo formal e ideológico em obras que apontam questões como o feminino, o individual e o político. Para a curadora, Ana Zavadil, são trabalhos que se destacam também pelo gestual:
— Umbelina investe nos grandes formatos, com gesto largo e expressivo nas figuras femininas. Suas séries são construídas com diferentes materiais sobrepostos em camadas. O embate desse corpo da obra com o corpo da artista está nas dimensões e no gesto.
Já o trabalho de Flávio Morsch segue outro caminho. Ele se concentra na pintura há mais de 20 anos, tendo mostrado suas obras em raras oportunidades. EmAnatomia da Cor, o artista evidencia seu interesse pelos fenômenos da cor e da luz, com influências orientais. Há uma pulsão construtiva em suas obras. Contudo, a elaboração metódica não se vincula aos dogmas geométricos do ideário construtivista.
Obra de Flávio se concentra nos fenômenos de cor e luz
Foto: Margs, divulgação

A curadora Ana Zavadil comenta que, em relação a Umbelina, a obra de Flávio é mais contida e econômica no gesto:
— Na sua última série, atingiu a cor-luz, uma experiência que só pode ser vivenciada na exposição. O trabalho parte de uma grade riscada com caneta esferográfica na tela que fica visível. Assim, aponta os caminhos a serem seguidos pela pintura e, mais ainda, para a contrariedade entre a luz e a sombra.
As mostras contam com obras inéditas. Segundo a curadora, as individuais oferecem uma chance de se conhecer artistas que resolvem conjuntamente seus processos no convívio coletivo do ateliê, mantendo as características de cada pesquisa individual.
Visitação de terça a domingo, das 10h às 19h, até 9 de novembro. A entrada é franca.

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